Entenda o conceito de carro tunado e como modificar o seu dentro da lei
Você com certeza já ouviu o termo “tuning”, a prática de customização de veículos que teve início nos anos 90 e se espalhou pelo mundo, ganhando milhares de adeptos, apaixonados pelos veículos automotores e que não se importam em gastar quando o assunto é deixar o veículo tunado, com o seu estilo e gosto.
Mas do que um meio de se locomover por ruas e avenidas, os automóveis já fazem parte da cultura nacional como uma espécie de “extensão” da personalidade de seu proprietário e a customização do dono nunca fez tanto sentido.
Afinal, o que é “tuning”?
Tuning ou Tunar, na forma abrasileirada, é a prática de customizar o seu carro de acordo com o seu gosto e estilo. Para isso, os entusiastas fazem melhorias na estética interna, externa e na performance do veículo.
Porém, existe um erro aí. No Brasil, o Tuning é considerado uma classificação a qualquer tipo de veículo modificado. Virou referência em 2001 após o lançamento do filme norte-americano Velozes e Furiosos, se tornando uma mania nacional, mas infelizmente se espalhou de forma distorcida por aqui. Nesta época ninguém sabia ao certo como descrevê-lo, então as pessoas chamavam qualquer tipo de carro modificado como Tuning ou Tunado.
Hoje em dia sabemos que o Tuning é um estilo de customização automotiva voltado a performance, nascido no final dos anos 90 e que representa os carros de ruas com motores preparados e visual de carros de corrida.
Vamos te mostrar como você pode Tunar, ou seja, melhorar a performance do seu veículo, e também customizar, modificar ou personalizar, que são os termos corretos indicados quando você pretende realizar alterações na estética interna e externa do veículo.
Carros tunados e a legislação brasileira
Antes de apresentarmos algumas mudanças que você pode realizar para customizar o seu veículo, existem alguns cuidados especiais que você deve tomar antes de fazer mudanças significativas na composição original do veículo, de acordo com a legislação brasileira de trânsito.
Questões pequenas como aumento ou diminuição da potência do motor em até 10%, bem como pintura de 50% ou menos da área total do carro, são autorizadas sem necessidade de solicitação ou aviso prévio ao Detran.
Para outras alterações, porém, é fundamental que o proprietário peça autorização prévia a fim de que o Detran verifique – com base no Código Brasileiro de Trânsito (CBT) – se as alterações pretendidas se encaixam em normas pré-estabelecidas.
Outro órgão envolvido que precisa autorizar as modificações no veículo é o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) – que observa itens de segurança, como pneus, chave de roda, estepe e iluminação.
Em casos de alterações no motor, o Inmetro analisa ainda seus possíveis efeitos ambientais a partir de testes de emissão de poluentes.
Somente em posse do Certificado de Segurança Veicular concedido após avaliação do Inmetro é que o proprietário do veículo poderá ter autorização de customização deferida pelo Detran.
A multa para carros customizados ou tunados, sem a autorização do Detran, varia de acordo com a magnitude da alteração realizada – sendo modificações populares como a instalação de faróis xenon passíveis de multa de R$ 195,23 por infração grave – além de apreensão do veículo até sua regularização.
As customizações mais populares
Separamos as customizações mais populares realizadas pelos amantes dos veículos automotores e seus custos aproximados.
Envelopamento
É uma forma simples e barata de alterar a cor original do automóvel. Consiste na aplicação de uma película adesiva sobre a pintura original que, quando feita por um verdadeiro profissional, preserva a lataria original intacta, o protegendo contra desgastes do tempo provenientes de seu contato com o meio externo, como pequenos riscos e descolorações.
Para que o envelopamento seja duradouro e não danifique a pintura original, é necessário que se utilize um adesivo de boa qualidade – o que, somado à mão de obra, faz com o custo dessa customização varie entre R$ 1.500,00 a R$ 3.500,00, no caso de envelopamento completo do veículo.
Carro rebaixado
Uma das características mais comuns em carros customizados é o aumento da proximidade da sua lataria com o solo – efeito que nos remete a máquinas popularizadas pelos grandes rappers dos anos 90.
A maneira mais comum de fazer essa customização se dá a partir da alteração de componentes como molas e amortecedores da suspensão fixa – processo que tem de ser realizado com extremo cuidado quanto à qualidade e a adequação das peças para o modelo específico de veículo.
Por questões de segurança, a legislação brasileira estabeleceu um limite mínimo de 10cm entre o chassi do veículo e o solo – determinando multa e apreensão do veículo rebaixado que não respeitar a regra.
Justamente por essa sensibilidade no âmbito da segurança, o custo para se rebaixar o veículo – que se inicia entre R$ 800,00 e R$ 1.500,00 entre peças e mão-de-obra, é acrescido de R$ 450,00 a serem pagos para a solicitação da inspeção obrigatória do Inmetro.
Iluminação
Muito popular entre os condutores há alguns anos, a aplicação de faróis xenon em veículos comuns foi proibida pela legislação brasileira por apresentar riscos à segurança no trânsito.
Diante desse impedimento, o customizadores encontram uma alternativa nas lâmpadas LED – por conta de sua maior economia e durabilidade em relação às lâmpadas comuns. Para fazer sua instalação, porém, é indispensável solicitar a aprovação do Detran, já que eles consideram uma mudança “estrutural” de relevância no veículo, dadas as implicações que uma má iluminação pode causar para a segurança no trânsito.
Os custos iniciais do farol de LED giram em torno de R$ 110,00, além da taxa de solicitação de inspeção obrigatória do Inmetro.
Motor
Existem diversas formas para se alterar a composição do motor, de acordo com a preferência do condutor. Separamos duas delas:
Reformulado: a mais tradicional dentre elas é o motor reformulado, feito com base no original – que é removido, desmontado, limpo, inspecionado – além de, quando preciso, reparado e testado, sempre de acordo com os procedimentos descritos em seu manual de fábrica.
No processo de reformulação do motor, são realizadas as substituições de rolamentos, anéis de pistão, retentores e juntas novas de qualidade – sejam elas peças originais ou vindas do aftermarket.
Remanufaturado: nesta modalidade de tuning, os motores recebem uma completa mudança se comparado aos originais. O termo remanufatura se refere ao fato dessa ‘reconstrução do motor’ respeitar especificações limitadas conforme o modelo do veículo e não para descrever um motor que possui peças usadas.
Outras dicas para customizar o seu veículo dentro da lei
Escolha rodas com o diâmetro de fábrica
É muito comum que proprietários que queiram modificar seus carros busquem alterar as rodas de proteção dos veículos, substituindo as peças originais. No entanto, para ficar dentro da lei ao fazer isso, é imprescindível que o diâmetro da roda seja mantido como o de fábrica, sem aumentar nem diminuir essa medida. Além disso, é importante observar a proteção que o para-lamas proporciona às rodas do veículo, por isso seus limites não podem ser ultrapassados.
Não prejudique a usabilidade do carro
Elementos como pintura e outros acessórios, como spoilers e bodykits, podem ser livremente adicionados ao veículo. Ao customizar carros dessa forma, o importante é que a visão periférica de quem dirige não seja comprometida. Respeitado esse critério, proprietário e mecânico têm maior liberdade para deixar a criatividade correr solta e escolher o melhor visual para cada carro dentro da lei.
Aumente a potência de motor dentro do permitido
Essa é uma das dúvidas mais comuns entre mecânicos e proprietários: é possível aumentar a potência dos motores e ainda assim permanecer dentro da lei? Sim! No entanto, é preciso observar alguns critérios, como o limite máximo de 10% em relação à potência de fábrica do veículo. Tunar carros além desse limite é ilegal e pode acarretar multas e pontos na carteira do proprietário.
Mantenha a suspensão e os freios de fábrica
Devido a questões de segurança, suspensão e freios de veículos devem ser mantidos como de fábrica. Alterações nesses componentes, como regulagem de altura e modificações no sistema de freio são consideradas ilegais e também acarretam multa.
Curiosidade: os diferentes estilos de carros tunados
Os carros tunados são divididos entre mais de uma dezena de subcategorias. Separamos abaixo algumas das mais notórias classificações de tuning que circulam ao redor do mundo.
Rat Style: Um estilo bem popular que imita a aparência ‘inacabada’ (ou até surrada!) de automóveis nos anos de 40, 50 e 60. Essa subcategoria se relaciona ao carro barato que se mantém – valente – na estrada, independente do que aconteça ou do que as outras pessoas possam apontar. Este estilo rememora à época de ouro do tuning, que durou entre a Segunda Guerra Mundial e o início dos protocolos ambientais em favor do meio ambiente.
Estilo Euro: Essa subcategoria conta com uma pintura de cor escura, rodas pequenas e um corpo pequeno do carro. Quase como se fosse ‘minimalista’.
Lowrider: Tem configurações hidráulicas peculiares no motor, pintura chamativa e rodas chiques. Essa categoria conta com modelos que trazem tendências de restaurações retas ao corpo do automóvel. Ficou imortalizada no clipe ‘Still’ do produtor americano Dr. Dre e do rapper global e icône da cultura pop – Snoop Dogg.
JDM: Esse estilo é típico dos veículos japoneses. Conta com peças de reposição e detalhes que nos remetem às corridas.
DUB / DONK: Essa subcategoria abusa do uso de grandes rodas de grife, altos falantes setups e possuem uma altura particularmente elevada em comparação com os demais veículos que – como ele – possuem estilo de ‘carro de passeio’
SLAB: Viveu seu apogeu em meados dos anos de 1980. Ele tem rodas personalizadas de maneira similar às usadas pelo famoso Cadillac Eldorado 1984. Conta também com alto-falantes setups (iguais ao DUB / DONK), sinalização de néon e aço inox no painel, pintura chamativa (várias camadas de verniz), grade aftermarket (semelhante aos Rolls-Royce e Bentley) e tonalidade bege na parte interior.
Bōsōzoku / zokusha: Popular entre os amantes da cultura asiática, esses carros tunados possuem estilo japonês com fuselagem larga, enormes asas e escapamentos exagerados. Sua pintura traz uma tendência praieira clássica (cores brilhantes) e de características sutis adicionadas que visam passar a ideia de um estilo despojado.
Militares: Esses carros, como diz o nome da subcategoria, são projetados para serviços de segurança pública (militar, marinha, polícia, etc.).
Race: Também como o nome não faz ‘mistério’, a subcategoria race representa carros modificados para disputar corridas, o que engloba desde os grandes automotivos da Fórmula 1 até a mais fraca modalidade NASCAR.
Hot rod: Esses veículos saudosistas reproduzem características de hastes arrastadas típicas das décadas de 1930 e 1940.
Ralis: Carros construídos para enfrentar tráfegos OFFROAD – ou seja, em terrenos ‘acidentados’ que exigem muito da capacidade de amortecimento de sua suspensão.
Drag racing: Esses carros são projetados para a velocidade linear.
South London Look: São modelos britânicos da Ford fabricados entre os anos 50 e 70 do século XX. Entre suas características principais estão o fato de serem rebaixados, bem como possuírem pintura pastel e rodas clássicas.
Estilo alemão: Volkswagen Tipo 1 ou Tipo 3 reduzido, equipado em rodas de Porsche – marca cujo criador, Ferdinand Porsche possuía ligação próxima com a Volks.. Sua suspensão modificada tem ênfase à força na manipulação nas curvas.
Personalizados: Esses veículos construídos para showroom – ou seja, em salões e feiras de exposição.
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